Capítulo 6 - O Longo Dia: Parte 2

Não havia sobrado muito o que vasculhar, mas algumas coisas interessantes ocorreram. No corredor na parte sul do salão(4) havia um corredor por onde o goblin líder tentou fugir e ao investigarem o local encontraram mais 3 goblinóides escondidos, que imediatamente empreenderam em fuga para o que parecia ser uma escada(6) no final do corredor. O local tinha algumas armadilhas simples, buracos com cerca de 30 cm de profundidade com lama. Ao pisar em um destes buracos a vitima fica com dificuldade de se movimentar ou mesmo prende-la sendo possível sair usando força. O time perseguiu e atacou os goblins tentando impedi-los mas 2 deles conseguiram escapar pela escada. Ao analisarem viram que essa escada leva para uma saída na floresta.

Preocupados com os ferimentos e sem saber o que os aguardava adiante, decidiram por ora terminar a busca no covil das criaturas nojentas, para ver se encontram outras vítimas ou algo que possa lhes ser útil. 

Vasculhando mais encontraram ainda outros 2 depósitos (3) Depósito, esta parte da caverna estão os mantimentos roubados do Vilarejo. É uma formação ampla, de cavernas úmida com caixas e mais caixas no chão contendo as mais diversas coisas que foram roubadas, na maior parte comida, Haviam vigias goblins no depósito mais ao norte, que sucumbiram rapidamente diante dos heróis. Nessa parte encontraram uma pequena charrete, que deve ter sido usada pelas criaturas no transporte dos furtos. Além dos mantimentos o grupo encontrou, desacordado e muito ferido, um Cavaleiro da Chama prateada em um dos cantos. Decidiram levar ele para Melkien e decidir o que fazer depois.

Após se prepararem o grupo, junto com as sequestradas, pegam um caminho de volta para a Vila de Thallen. Ainda tensos por saberem que o caminho é perigoso, os aventureiros sentiam como se estivessem sendo seguidos e observados. Perceberam que um grupo de lobos estava acompanhando seus passos preparando para uma emboscada. Com sorte a equipe conseguiu sair da parte mais perigosa da mata e seguiram a trilha até a vila.

Ao saírem em meio as árvores da Floresta de Prata, finalmente o grupo conseguiu seguir na estrada e depois de 1h de viagem chegaram ao vilarejo com as sobreviventes, o cavaleiro ainda inconsciente e o goblin guia Tüukk. O vilarejo estava tendo um pequeno evento com todos os moradores com o objetivo de arrecadar fundos e recursos para aplacar a fome dos mais prejudicados e também comemorar o dia da Ascenção.

O grupo se misturou na no evento enquanto o Magnus Thunderhand conseguiu contato com o líder da aldeia, o ancião Jeoffrey. O anão informou todo o ocorrido, desde as emboscadas na floresta até a base montada na caverna e os horrores causados pelos pestilentos goblins. O Clérigo da Hoste Soberana tinha pressa para pegar os espólios, pois sua turma ainda tinha um objetivo a cumprir em Thaliost. Receberam então o ordenado de acordo com o que foi acordado entre as partes:

• 2 PO Pelo extermínio dos Goblins

• Completo

• 20 peças de prata / por cabeça

• 23 x 20 = 460 PP

• 40 peças de prata / por cada resgatado

• 200 PP

Apesar dessa recompensa, o jovem Clérigo Anão rejeitou a sua parte e devolveu após a partilha. Não sentiu ser justo por ainda terem dois goblins que fugiram e nada puderam fazer para detê-los. 

Os demais do grupo participaram do evento enquanto o clérigo acertava as contas com o ancião Jeoffrey interagiram com o pessoal, mas assim que Magnus retornou a equipe já rumou, com pressa, para o Thaliost com destino a Igreja da Hoste Soberana, levando consigo os espólios da última missão, além do cavaleiro inconsciente que resgataram no covil dos goblins...

Ainda com o suporte da charrete que encontraram na última missão, a equipe revezou um descanso curto durante o trajeto a fim de recobrar um pouco de suas forças, O caminho era curto, mas o suficiente para que todos pudessem fechar um pouco os olhos enquanto os demais permaneciam puxando a charrete. conseguiram um pequeno burro que pudesse auxiliar nessa missão o que os ajudou a descansar no caminho.

Já longe da comemoração no vilarejo, em meio a estrada sinuosa que ruma para as colinas nas proximidades do templo da Hoste Soberana. Descendo de um barranco já era possível ver a silhueta do antigo forte, antes mansão de um nobre importante de Aundir e agora, desde os eventos da Última Guerra, o templo da ordem soberana doado para a igreja em nome de Onatar divindade da forja. O sol já se pusera no horizonte, mas apesar disso o dia estava bastante nublado, o que certamente seria um problema para o Evento da A Ascenção.

Apesar de descansados, a viagem fora exaustiva, estavam todos desde cedo viajando por estradas, se embrenhando no mato, explorando um covil infestado de criaturas nojentas que tiveram que combater além de carregar suas cabeças por aí.

A equipe finalmente chega a pequena estrada que leva até o topo da colina onde está a Igreja da Hoste Soberana. Ao longe já é possível ver a movimentação nos acampamentos de refugiados que existe pouco abaixo do templo margeando a estrada e também era possível ver a iluminação interna e do posto de tratamento de infectados que foi montado na  lateral esquerda da igreja próximo do antigo estábulo.

Era evidente à aquela altura que as festividades já estavam acontecendo. Do alto da colina podia se  ver luzes e diligências adentrando os portões de Thaliost poucos quilômetros dali.

O grupo entra na igreja e é atendido pelo jovem Hrurir que é um ajudante próximo de Melkien Ravel. Hrurir informa ao grupo que Melkien já estava na cidade acompanhado pela delegação de Solhar e um destacamento de cavaleiros da Chama Prateada. Alguns alunos e adeptos o acompanharam outros foram para as imediações da cidade onde está o circo.

Ficaram sabendo de como seria o evento que contaria com um palco central na praça da Pira Sagrada, onde haveria algumas apresentações e discursos seriam realizados pelo regente Lars Gallarond, Solhar e o próprio Melkien Ravel. O grupo se prepara para ir ao encontro da equipe de Sylvius Trusk que estará fazendo uma apresentação no local. A equipe tem pressa para começar a liberar os refugiados restantes que estão no circo. 

Com pressa, o grupo de aventureiros foi correndo para Thaliost. Descendo as colinas que separam a igreja da Hoste Soberana do centro pulsante da cidade, puderam ver uma agitação fora do comum, mas esperada, do grande evento. Carruagens flutuantes luxuosas, Navios voadores elementais e diversos tipos de montarias foram observadas pelos aventureiros pelo caminho até a entrada da cidade. O Cheiro de festa era evidente no ar, mesmo os refugiados tentavam aproveitar o evento como oportunidade de gerar alguma renda seja vendendo coisas e comida, ou até implorando por esmola aos viajantes que chegavam para o evento. Os guardas da cidade estão bem atentos a situação pois existe a possibilidade de assaltos e furtos durante o evento, dá pra ver a tensão emanando deles no próprio ar.

Passando em meio a multidão que se aglomerava na entrada, o time decide ir até a taverna Donna do Brilho Eterno e ver como estão as coisas por lá, Aeron Hopeshard queria tranquilizar sua mãe sobre seu sumiço e os demais precisavam de informações do evento com Donna. Ela estava de saída para ajudar nas festividades e encontraria com Carlin Timbers que trás de terras ermas, em sua embarcação elemental, mantimentos e itens que serão utilizados durante o evento.

Ela informa o local principal do evento, que seria na praça da grande pira. Lá o time circense e Melkien já estão no local, onde o sacerdote da ordem de Onatar está em reunião com Solhar.

Rapidamente o grupo se dirige para a região central da cidade onde encontraram na praça um palco improvisado lo lado norte, posicionado no lado oposto da grande pira sagrada. O local está cheio de gente, pessoas de todas as partes e reinos, em alguns pontos até difícil se movimentar. Alguns vendedores ambulantes assediam o grupo em quanto tentavam passar pela multidão para alcançar os camarins da equipe circense. A praça onde vai ser o evento, normalmente, é um local de comércio, e lojas de diversos tipos, costumam vender seus produtos no local. Apesar disso, a praça está com as lojas fechadas por conta do feriado.

Ao chegar nos camarins, Edd encontrou Sylvius Trusk que lhe informou que o processo de liberação dos refugiados já estava em andamento, e que aguardava o fim da apresentação para começar a libera-los. Por tanto o grupo aguardou o começo das apresentações.

Unir a dança, a acrobacia, o desenho, a maquiagem, o figurino, a música (cantada e tocada), a interpretação, a alegria, o lúdico, a imagem, a encenação... Unir todas as artes em apenas um lugar! Este é um dos tantos atributos do espetáculo da caravana de Sylvius Trusk. Uma apresentação com ilusionismo e acrobacias entreteve por cerca de meia hora a platéia presente naquela noite. As nuvens no céu estavam mais enfraquecidas, mas ainda não era possível vislumbrar as luas daquela noite.

Os lideres presentes discursaram, cada um à sua maneira e tom. Lars Gallarond, governador de Thaliost discursou a respeito de união e apresentou os planos da cidade para a expansão por meio dos trens movidos pelos Trilhos Relâmpagos e a reinauguração, naquela noite, da ponte que liga por esses trilhos ao reino de Aundair.

Melkien Ravel se apresentou logo em seguida. Falou sobre como era importante a união, mas também a solidariedade e empatia. Pediu ajuda à população sobre a questão dos refugiados e em nome da chama prateada que é considerada uma religião filha da Hoste Soberana pois sua principal mártir surgiu como uma Paladina da Hoste. Abençoou a todos no local e agradeceu. 

Depois de Melkien foi a vez de Solhar antigo regente da cidade, hoje importante sacerdote da chama prateada. Um tom mais agressivo, que falava sobre a pureza trazida pelas chamas e como não se pode desviar dos ensinamentos e tomar cuidado para não deixar fatores externos evidenciarem a sombra que há dentro da chama de cada um. E que é importante que todos defendam o que é seu e que ninguém de fora possa tirar isso do povo. Ao concluir a palavra, Solhar se dirigiu para seu camarim e Lars chamou novamente a trupe para uma apresentação extra.

A apresentação da caravana foi bem impressionante com direito a pirotecnia e o público ficou maravilhado com a história de Tira Miron mártir da religião da Chama Prateada, hoje imortalizada como A Voz da Chama sendo a entidade mais importante da religião. 

Durante a apresentação algo estranho acontece. O tempo estava começando a abrir, e uma sombra pairava sobre as nuvens acima da praça onde ocorria a festa. Uma aura de medo e desespero começou a aflorar em todos que estavam no local e o desespero foi ainda maior quando perceberam o que estava acontecendo. O odor de enxofre e fumaça podia ser sentido emanando de uma criatura no céu,  cujos chifres voltados para trás e espinhos ósseos que ajudavam a definir uma silhueta horripilante, para esses não restavam dúvidas, era um dragão.